sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Paulo, o João e eu.



Esta semana participei do programa de entrevistas “Meia Hora” com João Alexandre na Koinonia on line, um momento especial pra mim, depois de um programa muito agradável, ainda tive a grata surpresa de conhecer o Paulo César (Logos) no final.

O João e o Paulo fizeram parte da minha iniciação musical. O João pela sua história como cantor e compositor, seja na carreira solo ou com o grupo Pescador, ou Milad, ou VPC. O Paulo por tudo que fez com o Elo e depois com o Logos.

A música é uma linguagem universal, sons e palavras nos emocionam e marcam momentos da nossa vida. Quando ouço antigas canções me sinto transportado no tempo. A canção me faz lembrar de onde eu estava quando a ouvi, traz de volta os sentimentos que na época sentia, as pessoas que estavam ao meu redor, a canção traz de volta os mesmos sonhos da época, a mesma inocência juvenil, o cheiro do local e a emoção que impulsionava o coração.

Nenhuma lembrança que guardo da vida na memória pode ser tão bem revisitada como no momento em que ouço a trilha sonora que a embalou. Pra mim, a música encurta o tempo que passou tornando-nos jovens de novo, nos inspira a mergulhar no sonho do seu universo como faz uma criança, e eterniza momentos do coração como se fôssemos imortais. É uma dádiva de Deus ao homem. A melodia, a harmonia e o ritmo estão em todos os cantos da natureza, a poesia está no coração e na boca do homem e a inspiração está no seu íntimo onde o Espírito de Deus o ensina.

Encontrar esses dois caras me fez viajar no tempo como um Marty McFly na máquina de Emmett Brown em “De volta para o Futuro” do século 21. Foi como encontrar pela primeira vez pessoas íntimas que viveram comigo toda a adolescência e juventude através do meu velho Stereo System CCE.

Cada LP de VPC, MIlad, Elo, Logos, Som Maior, cada composição do João, do Paulo, do Guilherme Kerr, do Bomilcar, do Sérgio Pimenta, do Janires, cada entonação da voz de cada um deles, do Jorge Camargo, da Cíntia e da Sílvia, enfim, todo este universo, fez parte da atmosfera do meu crescimento.

Se eu sou saudosista? Quem não é?
O moderno pra mim hoje, será saudade pra mim amanhã. Como bem escreveu Belchior, e muito bem cantou Elis:

“Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências não enganam não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém”

É assim que eu sinto.

Tem muita gente fazendo muita coisa boa na música hoje. Tem muita gente compondo ainda com poesia e consciência, mesmo no nosso universo musical tão carente de reflexão e teologia. Esses heróis da resistência com certeza fazem parte de uma linhagem nascida talvez na sinceridade e temor do rei Davi, e que passou por estes meus mestres, destacando que ainda estão na ativa e bem ativos. Agora me sinto desafiado e por eles encorajado a fazer parte dessa gente. Gente boa de coração. Deus me ajude todo dia.

Alguém pode pensar que eu seja contra toda e qualquer manifestação musical dos dias de hoje, absolutamente não. Eu me sinto um garimpeiro na margem do rio procurando brincos para os ouvidos e não só para as orelhas, e tenho ouvido muita coisa legal, mas eu não sou crítico, apenas observador.

Não sou o saudosista que se fecha para o mundo de hoje, só não quero ser de um mundo hoje que não tem saudade de sua bela história. A história me faz entender de onde foi que eu vim, me faz ver os acertos do passado pra que eu seja sábio em reproduzi-los, e me aponta os erros cometidos pra que eu nunca os repita.

Esses personagens da minha história me ensinaram muito à distância, e hoje, aos poucos, a história corre no tempo e me alcança pra minha cura. Pensava eu que havia perdido muito tempo, mas “se penso, logo existo”, então ainda vivo pra pensar tudo de novo. Que bom.

Agradeço a vida por estas oportunidades, e agradeço a Deus pela graça que me deu a vida.

Confira - http://www.koinoniaonline.net/meiahora/meiahora_19.htm

11 comentários:

  1. Assim como essa gente boa te influenciou e influenciam muitos de nós até hoje, você influenciou a mim e a minga geração. Logo que conheci Jesus e comecei a ir a igreja levando minga guitarra, formei logo uma banda que o repertório era basicamente Resgate. Tinha também uma coisa ou outra do Oficina G3 e do Fruto Sagrado, mas 80% era Resgate. Tocávamos Daniel, 5:50, Todo som, Rock da Vovó, Infinitamente mais entre outras. Até que um dia, há uns dois ou três anos, eu trabalhava numa missão que serve a igreja perseguida e você foi até conhecer o pessoal e o trabalho. Olha só como a gente lembra das coisas: estavam apresentando a sede da organização pra você e aí eu pude te conhecer. Depois que nos cumprimentamos eu pensei "poxa que legal, conheci o Zé Bruno, um cara que impactou a minha adolescência". Que Deus continue te abençoando. Abraço

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  2. É engraçado ouvir vc falar sobre Eles, vem uma sensação estranha de "eu também estava lá " ..... o tempo é mesmo uma coisa inexplicável!!!

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  3. ahhhhh, cresci vendo meu pai colocando os discos, realmente ouvindo essas canções nos permitimos voltar num tempo muito bom... vc não sabe como me emocionei ao ouvir a que vc cantou com o João Alexandre.
    Certa vez, acho que eu tinha uns 15 anos, um amigo me apresentou O Resgate, desde então não parei de ouvir e gostar, vcs também são responsáveis por marcar uma geração esteja certo disso... valeu

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  4. Zé, espero calorosamente que envelheçamos nos lembrando de tudo isso que você falou.

    Pode parecer meio piegas mas, honestamente, para mim você e o Resgate são dos poucos posteriores à geração de Pimenta e João Alexandre que estão com o nome escrito na história da poesia cristã para sempre, claro, bem ao modo Resgate.

    É certo que contarei aos meus netos, seja por blogs ou pelos meios que ainda hão de existir que eu conheci um certo Zé Bruno e uma Resgate que me ensinaram a graça e a inteligencia para servir a Deus sem hipocrisia!

    Um abraço!

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  5. Meu amado Zé Bruno, curti muito sua entrevista e vi que temos uma historia muito parecida nasci em berço batista. e vivi muito a fase dos grupos Logos e Vencedores por Cristo. Após muitos anos afastado da igreja retornei com 40 anos em uma igreja neopentecostal em Goiânia (inclusive vc ja fez uma presentação nela em 2010) Vendo sua entrevista pirei com as coincidências, pois saímos eu e meu pr. Rodrigo Moura (ex líder de jovens desta igreja) e começamos um novo trabalho da mesma forma que o seu ai em Sampa. O qual chamamos de "Casa na Rocha"rsrsrs. E estamos vivendo um evangelho tão massa e sem interesses próprios. E Deus tem nos abençoado muito. Cara como tem sido bom também acompanhar seu trabalho. Me identifico muito contigo até pela nossa idade e nosso gosto musical. Admiro sua sabedoria e bagagem de vida. meu brother um grande abraço. Quem sabe um dia vc possa nos visitar e estar em casa. Paz do Senhor amado.

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  6. Legal o programa do João Alexandre. Bom saber que sempre optou pelo caminho do evangelho de uma forma integral. Vc foi e continua sendo referencia para mim. abraços Zé. Depois entra no meu blog e da uma opinião. www.julianofabricio.com

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  7. Zé,

    No último ano tenho passado por um momento especial - por vezes doloroso - que aprendi a chamar de "reforma pessoal".

    Depois de ler este artigo e assistir ao vídeo, ficou um pouco mais claro como Deus tem operado na convergência dos fatos que me levaram de uma tradição religiosa familiar para a busca de um evangelho puro e simples.

    Foi assim que chegamos na Casa da Rocha, eu minha esposa e nosso filhote, tentando reencontrar nossas raízes na videira verdadeira para sermos curados, e assim gerar frutos.

    Não tem sido fácil reaprender o caminho que devemos seguir e a companhia que devemos ser e ter neste caminho, mas quando vejo seu testemunho sinto que mesmo que seja difícil, valerá a pena!

    Em Cristo.

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  8. Zé Bruno,

    Assisti muito emocionnado sua entreveista no Meia Hora, e agora mais emocionado ainda leio seu artigo aqui no blog - tive o imenso prazer de conhecê-lo no Acampa de carnaval em Atibaia, conversamos um pouco mais de 3 minutos, mas pude te dizer ali bem rapidinho como fui privilegiado pela oportunidade de ficar um tempinho ali com vocês na hora do almoço... Como vc mesmo escreveu aqui fui impactado pelas canções do VPC, Elo, LOgos, Milad.. e hoje depois de tanta história só posso expressar com sua permissão: - A Ele todo som de todos nós, a Ele todo tom e toda voz... Obrigado Zé pela sua instrumentalidade que mesmo a distância tocou meu coração e serviu de referencia pra minha caminhada com Jesus.

    No amor do Mestre,

    Wilson.

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  9. Eu e meu marido assistimos ao programa. Foi bem legal ver o dono da voz de muitas das mensagens de "A casa da rocha"! Visito o site frequentemente e já ouvi cerca de 60% das mensagens postadas. Deus abençoe o ministério que abraçaram.

    Assistimos a todos os programas do João, e nesse que voces lançaram ao ar, concordamos com muitas das ideias que partilharam, principalmente no que diz respeito ao conteúdo musical.

    Somos saudosistas também, com muito gosto! Mas, é de Deus, Ele permite que a música nos provoque essas sensações. Triste seria se esquecêssemos esses tesouros de tempos vividos!

    Um feliz abraço

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  10. Zé Bruno, tenho 25 anos e descobri o RESGATE em 2010. Tenho sido influenciado por vocês desde então, cara. Encontro em vocês o que há de melhor: Rock n' roll e conteúdo. Ver você e o Paulo César do Logos juntos foi muito emocionante e significativo pra mim. Por que como muitos sou influenciado pelo Grupo Logos. Pra mim RESGATE é LOGOS com uma pegada forte de distorção e bom humor. Sou músico e encontro refúgio nas músicas de vocês em meio a essa "gospeleza" toda. Deus abençoe!

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  11. eu já curtia Resgate... agora então, depois de te ver na companhia do João Alexandre e do Paulo... uau !!!

    q ELE continue a usar a vida de cada um de vcs !!!

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